Esteban Eitler

Valter Estevão Eitler

Sou o fruto primeiro do encontro entre o Esteban e minha mãe, em que o amor que os uniu, em época difícil de fazê-lo, superou a tudo e fez com que ambos abandonassem seus pares para vivê-lo: costumo pensar nisso e acho que escolhi ser psicoterapeuta para dividir um pouco desse amor que recebi com as pessoas que atravessam meu caminhar…

Kitta Eitler

Sempre me disseram que meu nome era Cristina em homenagem a rainha da Áustria, mas a verdade é que nunca encontrei essa referência. Talvez fosse um desejo do meu pai. Porém na adolescência me rebelei e assumi o nome que minha irmã caçula usava para me chamar, já que não conseguia dizer Cristina, e ficou a Kitta. Herdei do Esteban o gosto pelas artes, principalmente pela pintura e fotografia.

Rolando Andrés Eitler

Sou o penúltimo dos filhos de Esteban e por este motivo, também não tenho lembranças dele. Com o advento da internet, cresceu a necessidade de conhecer melhor as nossas raízes, não só para mim, como também para muitos pesquisadores, o que resultou na descoberta da importância das obras de meu pai, bem como de seus descendentes. Adquirimos novos amigos que foram e estão sendo muito importantes para esta divulgação e acredito que ainda temos muito para explorar. Sou formado em Física, porém atuo profissionalmente nas áreas administrativa, financeira e comercial.

Haydée Gudrun Eitler

Sou a caçula dos quatro filhos de Esteban com a Ilse. Convivi muito pouco com meu pai devido à prematura morte dele, mas mesmo assim aprendi a admirá-lo e respeitá-lo , como a grande pessoa que foi. Sou formada em turismo e amo a minha profissão. Além de agente de viagens, atuo como guia de grupos. Hoje sou casada, tenho duas filhas e um par de netos. A nossa maior herança é o amor que temos uns pelos outros e por nossos pais.

Ilse Lustig de Eitler

Nossa mãe, era filha de pais judeus nascida na cidade de Zwikau/Alemanha em 1920. Teve uma infância rica e contava que foi criada como menino, já que seu pai queria um filho homem e teve duas filhas mulheres. Em abril de 1933, após a chegada de Hitler ao poder como chanceler, os nazistas planejaram e executaram a primeira ação nacional contra os judeus ou seja, o boicote aos negócios, o que mudou radicalmente a vida da Ilse aos 19 anos. Com o início da Segunda Guerra Mundial, o projeto de genocídio alemão foi ampliado e os campos de concentração foram estabelecidos em diversas áreas dominadas por alemães. Nestes campos, não só judeus, mas todo aquele que de alguma forma fosse considerado uma ameaça ou uma oposição ao totalitarismo nazista era condenado a trabalhos forçados.

Ilse conseguiu fugir casando com outro Judeu e embarcando num navio rumo à Argentina, onde teve seu primeiro filhos Carlos Einstoss (nosso meio irmão). Infelizmente sua mãe e irmã não tiveram a mesma sorte e foram enviadas a campo de concentração (documento em anexo), onde morreram ou desapareceram. Sobre seu pai, conta a lenda que foi morto pelos nazista após cuspir na bandeira em praça pública. Essa violência a marcou por toda a vida.

Foi quando, ainda casada e com o Carlos pequeno, que conhece o grande amor de sua vida, nosso pai, casa-se com ele e tem outros quatro filhos. Esteban morre e a deixa com um primogênito de 11 anos e uma caçula de apenas 4. A partir de então, como grande guerreira que foi, cria sozinha, sustentando tudo com seu próprio fazer, os quatro filhos. Ao final, ainda trabalhando, como professora de alemão, nos deixa aos 69 anos.